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07-06-2006

Revejo-me em análises ou críticas sociais


Editorial - A nova fábula

Por vezes, na simples leitura de alguns emails que me enviam ou meramente navegando na Internet, revejo-me em análises ou críticas sociais que subscrevo inteiramente.

As linhas que se seguem, são uma adaptação de um desses textos cheios de crítica mordaz, mas que retratam a forma de estar, de pensar e de agir da nossa sociedade de hoje. Não se trata de uma plágio porque o autor é desconhecido.

A fábula da cigarra e da formiga em versão moderna e aportuguesada.

A formiga trabalha arduamente, debaixo de um calor arrasador, durante todo o verão, construindo a sua casa e armazenando provisões e mantimentos indispensáveis para aguentar o Inverno.

A cigarra, pensa que a formiga é uma tola e ri, dança e brinca durante o verão. Quando o Inverno chega, a cigarra percebe a imprudência do seu comportamento na época da abundância estival e, desesperadamente enregelada, convoca uma conferência de imprensa para denunciar a situação em que vive, pretendendo saber por que razão é permitido à formiga estar bem aquecida e alimentada enquanto outros sofrem com frio e fome.

As televisões apresentam-se em força para transmitir imagens da pobre cigarra, completamente transfigurada pelo frio e pela fome, ao mesmo tempo que passam outras imagens da formiga na sua casa bem confortável e com a mesa cheia de boa comida. O país acorda para um problema que desconhecia e diz-se chocado perante este contraste.

Como é possível, nos dias que correm, uma pobre cigarra sofrer tanto? Durante dias, não se fala de outra coisa. O 1º Ministro, aparece num programa especial de televisão com um ar consternadíssimo, repetindo, vezes sem conta, que fará tudo o que está ao seu alcance para ajudar a pobre cigarra, a qual, como toda a gente deverá entender, está a ser vítima da má política dos anteriores governos.

Alguns líderes religiosos agrupam vontades e esforços para angariar toda a ajuda possível, implementando um peditório, a nível nacional, para que a cigarra possa viver com alguma dignidade.

Simultaneamente, num conhecido banco é aberta uma conta especial, onde qualquer pessoa pode efectuar um depósito, contribuindo, assim, para mais uma ajuda preciosa. Para além do aproveitamento político que alguns partidos, da direita à esquerda, fazem da situação, o governo cria uma Secretaria de Estado especial desenvolve um programa chamado "Igualdade Económica” e "Acções Anti-Formiga", com efeitos ao princípio do Verão, o que obriga a formiga a pagar novos impostos com retroactivos invernais. Como a formiga não estava preparada para pagar, a sua casa foi confiscada pelo Governo. Uma conhecida firma de advogados, representando a cigarra, apresenta em tribunal um processo contra a formiga, por abuso e fuga aos impostos e por pura presunção de enriquecimento ilegítimo, a formiga perde a causa sem qualquer hipótese de recurso. A formiga desaparece e ninguém mais lhe põe a vista em cima. Entretanto, são organizadas festas de beneficência, onde pululam nomes conhecidos da política, artes, moda, teatro, cinema, música, desporto, etc. Com o dinheiro que ganhou de todos estes movimentos nacionais de solidariedade, bem como da venda de grande parte da comida da formiga, a cigarra vive dias com que nunca sonhou. Grandes festas, jantaradas, casinos, jogo, mais festas e mais jantaradas, oportunistas, más companhias, e o dinheiro desaparece depressa.

A história acaba com as imagens da cigarra a comer o último bocadinho de comida que a formiga tinha armazenado, dentro da casa que agora pertence ao Governo, mas que, por falta de verba para proceder à sua manutenção, encontra-se completamente degradada.

A cigarra, entretanto, foi encontrada morta num beco, resultado de um incidente relacionado com drogas, e a casa, agora abandonada, é utilizada por um bando de delinquentes que vive aterrorizando, o que, em tempos, era uma pacífica vizinhança.

A moral da história cada um que a retire por si.


António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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